sexta-feira, 11 de abril de 2014

Acreditar e agir




Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.


Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.


O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho.


O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras.


Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro, agir.


Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.


O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força.


O barco, então, começou a dar voltas, sem sair do lugar em que estava.


Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor.


Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.


Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.


Então, o barqueiro disse ao viajante:


Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.


Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos, ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade: agir e acreditar.


Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos. É preciso também agir, para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.


Agir e acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.


* * *


Gandhi tinha uma meta: libertar seu povo do jugo inglês. Tinha também uma estratégia: a não-violência.


Sua autoconfiança foi tanta que atingiu a sua meta sem derramamento de sangue. Ele não só acreditou que era possível, mas também agiu com segurança.


Madre Teresa também tinha uma meta: socorrer os pobres abandonados de Calcutá. Acreditou e agiu, superando a meta inicial, socorrendo pobres do mundo inteiro.


Albert Schweitzer traçou sua meta e chegou lá. Deixou o conforto da cidade grande e se embrenhou na selva da África francesa para atender aos nativos, no mais completo anonimato.


Como estes, teríamos outros tantos exemplos de homens e mulheres que não só acreditaram, mas que tornaram realidade seus planos de felicidade e redenção particular.


* * *


E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se propôs?


Se o barco da sua autoconfiança está parado no meio do caminho ou andando em círculos, é hora de tomar uma decisão e impulsioná-lo com força e com vontade.


Lembre que só você poderá acioná-lo utilizando-se dos dois remos: agir e acreditar.


* * *


Caso você ainda não tenha uma meta traçada ou deseje refazer a sua, considere alguns pontos:


verifique se os caminhos que irá percorrer não estarão invadindo a propriedade de terceiros;


se as águas que deseja navegar estão protegidas dos calhaus da inveja, do orgulho, do ódio;


e, antes de movimentar o barco, verifique se os remos não estão corroídos pelo ácido do egoísmo.


Depois de tomar todas estas precauções, siga em frente e boa viagem.

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Redação do Momento Espírita, com base em texto veiculado pela Internet, atribuído a Aurélio Nicoladeli.

Disponível no CD Momento Espírita, v. 5 e nos livros Momento Espírita v. 2 e 3, ed. Fep.

Em 11.10.2010.




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