domingo, 3 de janeiro de 2016

TROPEÇOS E DESGOSTOS

 
 
Beneficência raramente observada: poupar aos outros a participação nos tropeços ou desgostos que nos afetem a vida.
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Pensa na inquietação que experimentas quando familiares e amigos te comunicam um problema pessoal, que não consegues resolver, e, tanto quanto possas, procura dissipar, por ti mesmo, as nuvens de aflição que, porventura, te ensombrem o campo íntimo. 
 
Para isso, entrega-te às tarefas novas, cuja execução se te faça compatível com as próprias forças e nas quais te reconheças útil aos demais. 
 
Se não poder efetuar, de imediato, semelhante esforço, desloca-te, pouco a pouco, do mundo mental menos ajustado ao encontro de atividades diferentes das obrigações rotineiras, suscetíveis de propiciar-te refazimento ou renovação. *
A leitura de um livro edificante . . . 
 
Uma visita construtiva . . . 
 
O passo na direção daqueles que atravessam dificuldades maiores, no objetivo  de auxiliá-lo...
 
O aprendizado de técnicas que enriqueçam a personalidade . . .
 
Tudo o que deves esquecer, tanto aquilo que te compete lembrar, é de suma importância, não somente em socorro da restauração própria, como também no apoio à essa beneficência genuína, em que o teu silêncio é valioso fator de imunização da paz, naqueles que te rodeiam, principalmente naqueles a quem mais amas.
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Se a criatura a quem confias no capítulo da perturbação ou da enfermidade não dispõe de recursos suficientes para melhorar-te a situação, a queixa em que extravasas é tão-somente um processo de amargurar os entes amados ou um meio de expulsá-los de teu convívio.
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Guarda o teu sofrimento e mostra-o unicamente àqueles amigos que te possam medicar com segurança, para não destruíres o apoio e a colaboração daqueles sobre os quais te sustentas. 
 
Basta que o desejes e a vida te revelará múltiplos caminhos de reajuste e libertação. 
 
Sai de ti mesmo, carregando a tua dor, ao encontro de dores maiores que nos cercam, em todas as direções, a fim de minorá-las e regressarás, cada dia, a ti mesmo, trazendo uma partícula nova a mais de compreensão, - da bendita compreensão de que todos somos irmãos, sob a paternidade de Deus, - com dever claro e simples de auxiliar-nos uns aos outros, a fórmula mais alta de assegurar-nos o equilíbrio constante ou o reequilíbrio integral. 
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Emmanuel
Chico Xavier 
Obra: Mãos unidas


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