Não deixe que as horas e os minutos do seu dia passem sem um real proveito de sua parte.
Tempo não aproveitado é tempo que não volta mais.
Aproveitar o tempo será dar importância às coisas que são importantes e pouca ou nenhuma importância às coisas insignificantes.
A maioria dos que reclamam de falta de tempo gasta a maior parte do tempo com fofocas, melindres e queixas infundadas.
É por isso que a experiência demonstra: quando precisar de um favor de alguém, peça a uma pessoa ocupada, pois os desocupados nunca têm tempo.
Em apenas um minuto você pode: fazer uma oração, escrever um bilhete fraterno, dar um telefonema a um amigo em dificuldades, prestar um simples favor, arrumar sua gaveta, admirar uma obra de arte, ler algo que lhe enriqueça a cultura, cumprimentar um amigo pela passagem de aniversário, compor um verso, organizar sua agenda, fazer um elogio à pessoa amada.
Se você dorme oito horas por dia, trabalha durante outras oito horas, gasta mais duas horas deslocando-se de casa para o trabalho, e vice-versa, sobram-lhe, em média, seis horas, que equivalem a trezentos e sessenta minutos para você fazer o que bem entender. Será mesmo que nos falta tanto tempo assim?
O problema nunca será o tempo que temos, mas o que fazemos do tempo que temos. Isso não quer dizer que você não precise de um tempo para descansar, mas até para descansar precisamos saber como aproveitar o tempo. Muitos voltam das férias mais exaustos do que antes.
Uma virtude acompanha fielmente as pessoas que sabem aproveitar o tempo: a disciplina. Ao contrário do que se imagina, a disciplina não leva à escravidão da liberdade. Quem é disciplinado encontra sempre tempo para fazer tudo o que deseja. Já o indisciplinado torna-se escravo das desculpas de não ter feito isso ou aquilo por falta de tempo.
Comece a valorizar o tempo com disciplina na sua mente. E disciplina pede ordem. Ordene seus pensamentos, para não se tornar um desequilibrado. Ordem pede atenção. Se você está no trabalho, toda a sua atenção deve estar voltada para o trabalho. Se estiver em casa, sua atenção deve estar voltada para os familiares.
Não misture estações, pois do contrário você nem fará o seu trabalho corretamente, nem será alguém presente dentro do lar.
JOSÉ CARLOS DE LUCCA
MENSAGEM DO ESE:
Desigualdade das riquezas
A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. É, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.
Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A riqueza é um meio de o experimentar moralmente. Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.
Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus será justo, dando-as a tais criaturas? E exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça. Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 8.)
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