terça-feira, 7 de agosto de 2018

Tristeza




O pessimismo é uma característica muito em evidência na Terra.

Muitos chegam a cultivá-lo, com sofreguidão.

Esses estão sempre dispostos a ver prenúncio de tragédia em qualquer notícia.

Costumeiramente, apegam-se aos aspectos negativos do que lhes vem ao conhecimento.

Na música, prestam atenção nos ritmos e vertentes menos promissores.

Acham que toda crise é destinada a se aprofundar.

Identificam na Humanidade uma maldade que só faz crescer.

Com esse proceder, lentamente se afundam em amargor e tristeza. Deixam de cultivar a esperança. Sua palavra é a do desânimo.

Parecem considerar sinal de sofisticação e inteligência ser o mensageiro da desgraça.

O Apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, em sua Segunda Epístola aos Coríntios, escreveu sobre essa tendência humana.

Ele registrou que a tristeza, segundo Deus, opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar. Mas que a tristeza do mundo gera a morte.

Conforme se observa nessa advertência, há duas espécies de tristeza.

A primeira é uma tristeza segundo Deus. A segunda é uma tristeza segundo a Terra.

A primeira propicia solucionar problemas atinentes à vida verdadeira.

A segunda é caminho para a morte, como símbolo de estagnação, de desvio dos sentimentos.

A tristeza, segundo a Terra, existe em todos os que consideram virtude a lamentação incessante.

Ela reside em quem cultiva a desesperança e o tédio continuado.

Em quem se recusa obstinadamente em ver o aspecto positivo das coisas.

Para essas pessoas, qualquer pequeno problema produz desânimo.

São tristes pela ausência do dinheiro que lhes permita viver com os luxos que desejam.

Torturam-se porque não conseguem levar a melhor sobre seus desafetos.

Lastimam-se pela impossibilidade de satisfazer sua vaidade nos brilhos do mundo.

Trata-se dos viciados na queixa doentia, incapazes de encontrar prazer nas pequenas ocorrências da vida.

Tal é a tristeza do mundo, que prende o Espírito na teia de reencarnações corretivas e dolorosas.

Entretanto, raros homens se tocam da tristeza segundo Deus.

Muito poucos contemplam a si próprios, considerando a extensão das falhas que lhes dizem respeito.

Raríssimos consideram entristecidos a posição inferior em que se encontram, na longa marcha para a reestruturação da vida.

Por certo essa análise sincera causa desconforto porque dela surge clara a necessidade de retificar os próprios caminhos.

Ela faz com que o homem reconheça a necessidade de perdoar, de compreender e servir.

Quem avança por esse caminho redentor por vezes chora.

Mas jamais atinge o plano do soluço enfermiço e da inutilidade.

Afinal, sabe se reajustar, valendo-se do tempo e do esforço próprio para edificar um novo destino.

Pensemos nisso.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap. 130, do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb




MENSAGEM DO ESE:
A Vida Futura

1 – “Tornou pois a entrar Pilatos no pretório, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Reino dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu Reino não é daqui. Disse-lhe então Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes, que eu sou rei. Eu não nasci nem vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade ouve a minha voz”. (João, cap. XVIII, 33-37)


A VIDA FUTURA



2 – Por estas palavras, Jesus se refere claramente à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como o fim a que se destina a humanidade, e como devendo ser o objeto das principais preocupações do homem sobre a terra. Todas as suas máximas se referem a esse grande princípio. Sem a vida futura, com efeito, a maior parte dos seus preceitos de moral não teriam nenhuma razão de ser. É por isso que os que não crêem na vida futura, pensando que ele apenas falava da vida presente, não os compreendem ou os acham pueris.

Esse dogma pode ser considerado, portanto, como o ponto central do ensinamento do Cristo. Eis porque está colocado entre os primeiros, no início desta obra, pois deve ser a meta de todos os homens. Só ele pode justificar os absurdos da vida terrestre e harmonizar-se com a justiça de Deus.

3 – Os judeus tinham idéias muito imprecisas sobre a vida futura. Acreditavam nos anjos, que consideravam como os seres privilegiados da criação, mas não sabiam que os homens, um dia, pudessem tornar-se anjos e participar da felicidade angélica. Segundo pensavam, a observação das leis de Deus era recompensada pelos bens terrenos, pela supremacia de sua nação no mundo, pelas vitórias que obteriam sobre os inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram os castigos da desobediência. Moisés o confirmou, ao dizer essas coisas, ainda mais fortemente, a um povo ignorante, de pastores, que precisava ser tocado antes de tudo pelos interesses deste mundo. Mais tarde, Jesus veio lhes revelar que existe outro mundo, onde a justiça de Deus se realiza. É esse mundo que ele promete aos que observam os mandamentos de Deus. É nele que os bons são recompensados. Esse mundo é o seu reino, no qual se encontra em toda a sua glória, e para o qual voltará ao deixar a Terra.

Jesus, entretanto, conformando o seu ensino ao estado dos homens da época, evitou lhes dar os esclarecimentos completos, que os deslumbraria em vez de iluminar, porque eles não o teriam compreendido. Ele se limitou a colocar, de certo modo, a vida futura como um princípio, uma lei da natureza, à qual ninguém pode escapar. Todo cristão, portanto, crê forçosamente na vida futura, mas a idéia que muitos fazem dela é vaga, incompleta, e por isso mesmo falsa em muitos pontos. Para grande número, é apenas uma crença, sem nenhuma certeza decisiva, e daí as dúvidas, e até mesmo a incredulidade.

O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em muitos outros, o ensinamento do Cristo, quando os homens se mostraram maduros para compreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura não é mais simples artigo de fé, ou simples hipótese. É uma realidade material, provada pelos fatos. Porque são as testemunhas oculares que a vêm descrever em todas as suas fases e peripécias, de tal maneira, que não somente a dúvida já não é mais possível, como a inteligência mais vulgar pode fazer uma idéia dos seus mais variados aspectos, da mesma forma que imaginaria um país do qual se lê uma descrição detalhada. Ora, esta descrição da vida futura é de tal maneira circunstanciada, são tão racionais as condições da existência feliz ou infeliz dos que nela se encontram, que acabamos por concordar que não podia ser de outra maneira, e que ela bem representa a verdadeira justiça de Deus.

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

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