quarta-feira, 10 de outubro de 2018

RAÍZES DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL



À SOMBRA DO ABACATEIRO


O Dr. Carlos A. Baccelli, querido irmão de ideal e prestimoso amigo, sempre presente ao Culto da Assistência que o Chico realizava à sombra de um abacateiro, atento e fiel a tudo o que o Chico diz, ia anotando as frases que ele pronunciava e depois escrevia os seus maravilhosos artigos “Chico Xavier, à Sombra do Abacateiro”. Às vezes fico pensando quanta coisa importante se teria perdido não fossem as abençoadas anotações do Baccelli.


Num certo dia, o Chico pede para falar alguns minutos, parece que percebendo o anseio de cada um. Vai dizendo:


— Eu gostaria de oferecer-lhes, pessoalmente, mais tempo. Às vezes, a gente comete a falta da ingratidão sem desejar. Tenho procurado cumprir com os meus deveres para com os Espíritos Amigos e para com os espíritas amigos. Fala do seu estado de saúde, do tempo reduzido que lhe resta no corpo:


— Eu me contento com a alegria de vê-los a todos; gostaria de me sentar com cada um para conversar sobre as nossas tarefas...


E pede perdão por estar doente!...


O Evangelho Segundo o Espiritismo, aberto ao acaso, havia trazido para estudo e meditação, o capítulo V: “Bem-Aventurados os Aflitos”, o ítem 18: “Bem e Mal Sofrer”.


Emmanuel, presente ao culto, pede ao Chico que fale um pouco sobre o tema do Evangelho.


Chico, então, começa a falar. Sua voz suave e mansa vai penetrando os ouvidos dos presentes.


— À medida que a Providência Divina determina melhoras para nós, na Terra, inventamos aflições... Para cultivar o solo temos o auxílio do trator, antes só possuíamos carros-de-bois... Hoje, temos veículos motorizados encurtando as distâncias, mas não nos contentamos com os 80 kms por hora; antes andava-se a pé... Hoje, a geladeira conserva quase tudo; antes plantavam-se canteiros...


Fala do conforto em que o homem vive e do seu comodismo espiritual:


— É que precisamos de contentar-nos com o que temos; estamos ricos, sem saber aproveitar a nossa felicidade... Antes, as pessoas idosas desencarnavam conosco; hoje as mandamos para os abrigos... Tínhamos um pouco de prosa durante o dia, a oração à noite... Agora inventamos dificuldades e depois vem o complexo de culpa e vamos para os psiquiatras... Se estamos numa fila e uma senhora doente nos pede o lugar, precisamos cedê-lo. Recordemo-nos da prece padrão para todos os tempos que é o Pai Nosso, quando Jesus diz: “O pão nosso de cada dia...” Por que acumular tanto? Existem pessoas que possuem trinta e cinco pares de sapato; onde é que irão arrumar setenta pés? Estamos sofrendo mais por excesso de conforto do que excesso de desconforto. Morre muito mais gente de tanto comer e de tanto beber, do que por falta de comida... A inflação existe, porque queremos o que é demais.


E conclui:


— Esta é a opinião dos Espíritos. Perdoem-me se falei mal, mas se eu falei mal, falei foi de mim.


Conta o Baccelli que quando o Chico acabou de falar, podia-se ouvir uma mosca voar, tão forte a impressão que deixara em todos os presentes.


“Chico está coberto de razão; falou a pura verdade, verdade que nem sempre queremos ouvir...


Sim, quando o Espírito silencia, Deus fala nele...


Estávamos, agora, em silêncio e o Verbo Divino que vibrara pelos lábios do Chico ecoava dentro de nós...”
***************************** 
Livro: Chico, de Francisco
Adelino da Silveira
CEU – Cultura Espírita União 



MENSAGEM DO ESE:
A indulgência

Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso.
A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.
A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando criticais, que conseqüência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó homens! quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos? 
Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis, quiçá, cometido faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. — José, Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 16.)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo comentário.