segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

EQUIVOCADA PROCURA



"Em vez de buscar a paz do coração, única felicidade verdadeira neste mundo, ele procura com avidez tudo o que pode agitá-lo e perturbá-lo."
 - "O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Cap. V, item 23.


Sobre a Terra, todas as coisas exteriores estão sujeitas a constante transformação - nada é definitivo: nem a condição social, nem a saúde, nem a riqueza amoedada...

Tudo, lentamente, rende-se à ação inexorável do tempo, na vertiginosidade das horas... Ao termo de suas opções de vida, ao homem, na maioria das vezes, resta apenas a desilusão em que estruturou a existência.

Em sua equivocada procura da felicidade, eis que ele se consome desnecessariamente, acumulando aflições e desencanto na alma.

Todavia, se buscasse a aprovação da consciência pelo dever nobremente atendido, não experimentaria a frustração com que, quase sempre, atinge o ocaso de seus dias no mundo...

Nem amargaria, em se avizinhando do túmulo, imensa decepção consigo mesmo - decepção que o acompanha nos seus ensombrados caminhos além da morte do corpo.

Não podendo prever quando se lhe verificará a definitiva mudança de plano existencial, o homem deveria viver na Terra como se, a cada dia, estivesse a se despedir...

E, ainda, como se estivesse prestes a inevitável e solitário confronto consigo mesmo, sem subterfúgios de qualquer natureza.

Por mais que se apegue aos bens transitórios que desfruta e administra, a criatura encarnada não se esquivará à luz soberana da Verdade que o induzirá a ver o que fez de si, quando chegar o momento de dizer adeus a tudo quanto se lhe constituía, no mundo, a razão da própria vida.

Somente o homem fortalecido interiormente não teme a Grande Noite!... Com os valores que nada e ninguém lhe poderá usurpar, realizará a Inevitável Travessia com a serenidade das almas, que lograram acender em si o inapagável archote da crença.

Superados os obstáculos que o distanciavam da paz definitiva, que, infelizmente, ainda é uma utopia para o homem na Terra, pisará as dimensões espirituais, experimentando indefinível alegria no coração!... 

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Irmão José (psic. Carlos Baccelli)



MENSAGEM DO ESE:
Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará

Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á.
Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? — Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? — Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem? (S. MATEUS, cap. VII, vv. 7 a 11.)
Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.
Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe depura. Às necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual. É assim que o homem passa da selvageria à civilização.
Mas, bem pouca coisa é, imperceptível mesmo, em grande número deles, o progresso que cada um realiza individualmente no curso da vida. Como poderia então progredir a Humanidade, sem a preexistência e a reexistência da alma? Se as almas se fossem todos os dias, para não mais voltarem, a Humanidade se renovaria incessantemente com os elementos primitivos, tendo de fazer tudo, de aprender tudo. Não haveria, nesse caso, razão para que o homem se achasse hoje mais adiantado do que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada nascimento todo o trabalho intelectual teria de recomeçar. Ao contrário, voltando com o progresso que já realizou e adquirindo de cada vez alguma coisa a mais, a alma passa gradualmente da barbárie à civilização material e desta à civilização moral. (Vede: cap. IV, nº 17.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 1 e 2.)



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