segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Crença e conhecimento




Não é raro se ouvir afirmativas como eu creio que vai chover, creio que vai fazer muito frio este ano, creio que vou para o céu ou para o inferno, etc.

Sem dúvida, essas são opiniões que não têm nenhum compromisso com a verdade. São meras crenças. E a crença é cega.

No entanto, uma pessoa que conhece meteorologia e tem equipamentos para sondar o clima, poderá afirmar se irá chover ou fazer calor nos próximos dias.

Certamente, as pessoas que têm conhecimento são as mais indicadas para opinar sobre os assuntos que dominam.

Não poderia ser diferente quanto às questões relativas às crenças religiosas.

Nesse particular, é sempre importante buscar o conhecimento com os sábios que realmente sabem sobre as leis que regem o Universo.

Acreditar nessa ou naquela fórmula, nesse ou naquele movimento, numa receita qualquer de felicidade, não é próprio de pessoas que desejam saber o porquê e o significado das coisas.

Aproveitando-se das pessoas que aceitam tudo sem exame, sem uma análise profunda das propostas apresentadas, sempre houve e sempre haverá os pregadores de ilusões.

E eles não precisam de muito esforço, não. Basta prometer a felicidade póstuma e receitar uma fórmula simples e fácil, que conseguem inúmeros seguidores fiéis.

Mas, se diante das prescrições perguntássemos se isso realmente nos ajudará e de que maneira; qual será nosso crescimento efetivo, esse tipo de proposta desapareceria.

Temos de convir que, se os cultos exteriores, as promessas fáceis, as palavras decoradas ditas sem emoção, trouxessem felicidade, não haveria nenhum infeliz no mundo.

Comecemos perguntando a nós mesmos se determinada prática nos fará efetivamente mais felizes, nos trará mais conhecimento das coisas, mais grandeza d`alma.

Se uma barganha, uma troca de favores, é interessante para ambas as partes ou somente para uma delas.
Perguntemo-nos o que faríamos com o objeto que costumamos oferecer em troca de um favor dos céus, caso o recebêssemos de alguém.

Que utilidade teria para nós o objeto ou a atitude que oferecemos como pagamento de um favor.
Se o objeto for oferecido a Deus, que é o Supremo Senhor do Universo, o que Deus faria com a nossa oferta?

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

O que Deus faria com as coisas de César?

O que Ele faria com as quinquilharias que nem para nós, criaturas imperfeitas, teriam utilidade?

Busquemos, assim, o conhecimento das leis morais que regem o Universo.

Se somos cristãos, encontraremos nos ensinos de Jesus informações importantes que nos ajudarão a abrir os olhos do intelecto e apreciar o mundo de uma forma mais ampla e lúcida.

A cada um segundo suas obras, afirmou Jesus. Ele é um Espírito que possui autoridade intelecto-moral para nos orientar sobre as verdades da vida, pois já trilhou o caminho que hoje estamos percorrendo.

Ao dizer: Antes que Abraão fosse, eu sou, Ele se referia à Sua maturidade espiritual, que foi conquistada antes dos primeiros homens habitarem o planeta.

Jesus prescreveu o amor a Deus acima de tudo, e ao próximo como a si mesmo. Eis um guia seguro, que nos conduzirá à felicidade eterna.

E amar a Deus é conhecer Suas leis e vivê-las. As leis naturais e as leis morais.

Mesmo antes de Jesus, vamos encontrar sábios que também ensinaram grandes verdades, como Sócrates, Platão, Aristóteles, entre outros.

Em vez da crença cega, que certamente nos levará a grandes decepções e desilusões, optemos pelo conhecimento das coisas.

Somente o conhecimento da verdade nos fará livres. Livres de tantas esquisitices e fórmulas sem sentido que só nos retardam o acesso à felicidade que desejamos tanto.

Pensemos em todas essas considerações, e optemos por uma das alternativas: crença cega ou conhecimento lúcido e fé inabalável.
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Redação do Momento Espírita. 





MENSAGEM DO ESE: 

Preces Pagas

3 – Estando porém ouvindo-o todo o povo, disse Jesus a seus discípulos: Guardai-vos dos escribas, que querem andar com roupas talares, e gostam de ser saudados nas praças, e das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nos banquetes; que devoram as casas das viúvas, fingindo largas orações. Estes tais receberão maior condenação. (Lucas, XX: 45-47, e semelhantes em Marcos, XIII: 38-40; Mateus, XXIII: 14).

4 – Disse ainda Jesus: Não façais que as vossas preces sejam pagas; não façais como os escribas, que “a pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas”, o que quer dizer: apossam-se de suas fortunas. A prece é um ato de caridade, um impulso do coração; fazer pagar aquelas que dirigimos a Deus pelos outros, é nos transformamos em intermediários assalariados. A prece se transforma, então, numa fórmula que é cobrada segundo o seu tamanho. Ora, das duas, uma: Deus mede ou não mede as suas graças pelo número das palavras; e se forem necessárias muitas, como dizer apenas algumas, ou quase nada, por aquele que não pode pagar? Isso é uma falta de caridade. E se uma palavra é suficiente, as demais são inúteis. Então, como cobrá-las? É uma prevaricação.

Deus não vende os seus benefícios, mas concede-os. Como, pois, aquele que tem sequer é o seu distribuidor, e que não pode garantir a sua obtenção, cobra um pedido que talvez nem seja atendido? Deus não pode subordinar um ato de clemência, de bondade ou de justiça, que se solicita de sua misericórdia, a um determinado pagamento; mesmo porque, se o fizesse, o pagamento não sendo efetuado, ou sendo insuficiente, a justiça, a bondade e a clemência de Deus ficariam em suspenso. A razão, o bom senso, a lógica, dizem-nos que Deus, a perfeição absoluta, não pode delegar a criaturas imperfeitas o direito de estabelecer preços para a sua justiça. Pois a justiça de Deus é como o Sol, que se distribui para todos, para o pobre como para o rico. Se considerarmos imoral traficar com as graças de um soberano terreno, seria lícito vender as do Soberano do Universo?

As preces pagas têm ainda outro inconveniente; é que aquele que as compra se julga, no mais das vezes, dispensado de orar por si mesmo, pois se considera livre dessa obrigação, desde que deu o seu dinheiro. Sabemos que os Espíritos são tocados pelo fervor do pensamento dos que se interessam por eles. Mas qual pode ser o fervor daquele que paga um terceiro para orar por ele? E qual o fervor desse terceiro, quando delega o mandato a outro, e este a outro, e assim por diante? Não é isso reduzir a eficácia da prece ao valor da moeda corrente?
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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

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