quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Sovinice



A usura não é tão somente a dolorosa característica do onzenário que encarcerou o próprio coração no cofre impassível. Vemo-la, por toda parte, arruinando o tempo e tumultuando o caminho.

Constitui, nos mínimos ângulos de nossa experiência, a sonegação do serviço possível e desinteressado, em benefício do próximo — a sementeira de amor — capaz de conduzir-nos à vitória da luz.

Aqui, é o comodismo ocioso, escapando à pequenina conversação que poderia amparar muitas vidas; ali é a fuga deliberada ao impositivo de colaboração em favor do companheiro em provas árduas, simplesmente porque se haja feito menos simpático aos nossos olhos. Acolá, é a indiferença no socorro ao irmão infeliz que a maledicência persegue e, mais além, é a ausência de tolerância construtiva, estabelecendo desânimo e aridez no terreno em que a fraternidade e a cooperação poderiam prosperar, espalhando esperança e alegria.

Não te esqueças de que toda a sovinice é sombra na alma, desde aquela que se imanta aos patrimônios amoedados no mundo, até a mesquinhez do espírito que nega o concurso do entendimento e da bondade, da paz e da confiança, da saúde e do tempo…

À frente da Lei, há tanta culpa nos mordomos da fortuna terrena que desertam do compromisso de ajudar, quanto nos viajores da pobreza e da carência que se instalam na rebelião e na indisciplina, subtraindo-se à obrigação de compreender e servir.

Busquemos a verdade que o Senhor nos legou, afeiçoando-nos a ela, para que sejamos realmente livres através do abençoado cativeiro aos nossos deveres justos, porque de todos os carrascos da avareza, o mais implacável é aquele que nos furta a boa vontade, mantendo, em nosso prejuízo, a avareza do coração.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Inspiração
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MENSAGEM DO ESE:

Não vos afadigueis pela posse do ouro

Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos. — Não prepareis saco para a viagem, nem dois fatos, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece sustentado.

Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, procurai saber quem é digno de vos hospedar e ficai na sua casa até que partais de novo. — Entrando na casa, saudai-a assim: Que a paz seja nesta casa. Se a casa for digna disso, a vossa paz virá sobre ela; se não o for, a vossa paz voltará para vós.
Quando alguém não vos queira receber, nem escutar, sacudi, ao sairdes dessa casa ou cidade, a poeira dos vossos pés. — Digo-vos, em verdade: no dia do juízo, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que essa cidade. (S. MATEUS, cap. X, vv. 9 a 15.)

Naquela época, nada tinham de estranhável essas palavras que Jesus dirigiu a seus apóstolos, quando os mandou, pela primeira vez, anunciar a boa-nova. Estavam de acordo com os costumes patriarcais do Oriente, onde o viajor encontrava sempre acolhida na tenda. Mas, então, os viajantes eram raros. Entre os povos modernos, o desenvolvimento da circulação houve de criar costumes novos. Os dos tempos antigos somente se conservam em países longínquos, onde ainda não penetrou o grande movimento. Se Jesus voltasse hoje, já não poderia dizer a seus aposto-los: “Ponde-vos a caminho sem provisões.”

A par do sentido próprio, essas palavras guardam um sentido moral muito profundo. Proferindo-as, ensinava Jesus a seus discípulos que confiassem na Providência. Ao demais, eles, nada tendo, não despertariam a cobiça nos que os recebessem. Era um meio de distinguirem dos egoístas os caridosos. Por isso foi que lhes disse: “Procurai saber quem é digno de vos hospedar” ou: quem é bastante humano para agasalhar o viajante que não tem com que pagar, porquanto esses são dignos de escutar as vossas palavras; pela caridade deles é que os reconhecereis.

Quanto aos que não os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele porventura aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se lhes impusessem, que usassem de violência e de constrangimento para os converterem? Não; mandou, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade.

O mesmo diz hoje o Espiritismo a seus adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranqüilos os que vos repelem. Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 9 a 11.)

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Basta que Saibas


É tão fácil ser feliz - basta que saibas viver.

Basta que saibas compreender as atitudes mais incoerentes.

Basta que não te escandalizes com ninguém.

Basta que tudo vejas com naturalidade.

Basta que te contentes com o que tens e com o que és.

Basta que não te aflija para ser depressa mais do que te é possível.

Basta que não ambiciones o que não é teu.

Basta que executes o teu trabalho.

Basta que faças o óbvio e não o extraordinário. 

Basta que te mostres disposto a perdoar, sem ofender a quem seja.

Basta que, na Terra, não permaneças na expectativa de felicidade absoluta.
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Por: Irmão José

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