quarta-feira, 28 de setembro de 2022

A carne é fraca?



“Se vivemos em espírito, andemos também em espírito.” — Paulo (Gálatas, 5:25)

Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne.

É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências do corpo, de seus [criminosos] impulsos e nocivos desejos. Nós mesmos, frequentemente, nos sentimos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho. O próprio Mestre figurou que o espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca. 

Entretanto, que é a carne?

Cada personalidade espiritual tem o seu corpo fluídico e ainda não percebestes, porventura, que a carne é um composto de fluidos condensados? Naturalmente, esses fluidos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si. Podemos figurá-lo na condição de casa terrestre, na qual o Espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más de seu possuidor.

Quando falamos em erros da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à posição inferior do homem espiritual sobre o Planeta.

Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má-fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.

É preciso se instale no homem a compreensão [de sua] necessidade de autodomínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo, em Jesus-Cristo.

Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao homem, a paternidade dos delitos [e desvios] da Terra, quando sabemos que tudo precede das escolhas e decisões do espírito.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Trevo de ideias
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28 de setembro

Lembre-se sempre que você pode colaborar com o estado em que está o mundo simplesmente operando uma completa mudança em seu coração, sua mente e seu espírito. 

E quando você perceber isto, assumir suas responsabilidades e começar a agir, verá que as mudanças vão começar a acontecer à sua volta, em pequenas coisas no começo e depois se espalhando até que tudo esteja incluído. 

Pense como é maravilhoso e animador você saber que, para fazer alguma coisa para endireitar o estado do mundo, é só você mudar interiormente e projetar essa mudança para fora. 

Abençoados são aqueles que estão preparados e abertos para ver a necessidade de mudança e de se fazer algo a respeito; porque eles são como o fermento na massa, que faz com que o pão cresça.

 Sem o fermento o pão não cresceria.

 Sem mudanças, tudo permaneceria estático, estagnado e morreria. 

Por isso, mude e se expanda com real alegria e agradecimento, e seja grato em poder fazê-lo; e aja agora.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Os obreiros do Senhor

Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão!

Clamarão: “Graça! graça!” O Senhor, porém, lhes dirá: “Como implorais graças, vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos, que esmagastes o fraco, em vez de o amparardes? Como suplicais graças, vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe pedir; as recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da Terra.”

Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus.”

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— O Espírito de Verdade. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5.)
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Respeita a quem te ouve 


Se falas, vê quem está ouvindo e respeita a audição daquele que te tolera. A educação manda dividir o tempo de falar e de ouvir. Não sejas imprudente com o teu próximo. Não estás precisando dele para te ouvir? Por que abusar?

Nós todos precisamos uns dos outros na sequência da própria vida. O professor que não valoriza o aluno, fica no esquecimento e retarda os seus conhecimentos. O patrão que se esquece dos seus empregados perde seus tesouros. Uma nação que não cuida dos seus filhos, passa a pedir auxílio às outras que cumprem o dever para com aqueles que trabalham. O nosso próximo é a nossa primeira meta de vida.

Se desrespeitas as leis que regulam o próprio corpo físico em que habitas, este vai se reduzindo na capacidade de viver e sofre as consequências. Voltamos a dizer da necessidade da harmonia em tudo e em todo lugar em que estivermos.

A mecânica do Universo está em plena harmonia com o Criador. Se tu somente falas e exiges, desagradas a teu companheiro e ele, insatisfeito, foge da tua presença, propagando esse teu desequilíbrio. Será que não dá para veres e sentires teu procedimento de imposição?

Pensa bem no que fazes durante o dia, analisa passo a passo os teus feitos e corrige os maus hábitos, herança antiga de más companhias e de ausência de educação dos teus impulsos, que desconhecem a disciplina. Quando teus amigos forem desaparecendo, desconfia do fenômeno e passa a estudar a ti mesmo, nas variadas modalidades em que vives. Conserta o que estiver errado, apara as arestas e opera as tuas imprudências, como se fossem tumores malignos. Quem dá o primeiro alarme de teu desrespeito para com os outros são teus familiares, depois os que não te toleram. Os que te dedicam amizade mais profunda sempre se calam para não te ferir porque o Amor cobre a multidão dos pecados.

Faze a autoanálise do que pensas, do que fazes, do que falas todos os dias e jamais deixes de trabalhar por teu aprimoramento. A iluminação interna é a chave da tua própria paz. Não procures o céu fora do teu peito, pois ele mora contigo, se já não o trans- formaste em zonas inferiores. A tua felicidade depende de ti, porque a parte de Deus já foi feita. A luz existe tanto dentro do coração do santo quanto do teu, dependendo da tua vontade para acendê-la.

Somente tu és teu próprio benfeitor, no verdadeiro termo da palavra.

Confia em Deus e parte para o trabalho em todas as diretrizes que o Amor determinar que os resultados não falharão. Se achas difícil modificar o que está feito, és uma alma que está morrendo na pauta da existência cósmica, mas é bom que te lembres de que não há morte permanente. Terás que acordar com a presença da dor, que carrega em seu carro inúmeros infortúnios e problemas sem conta para que cuides da tua própria vida, como cuidaram os que estão vivos em Cristo, na plenitude de Deus.

Quem está conscientizado do modo de viver bem, tem o maior respeito pelos que viajam com ele no mesmo caminho. Esse é o querer para nós o que desejamos para os outros, inspirado no amor a Deus sobre todas as coisas.

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Miramez
João Nunes Maia
Obra: Cirurgia moral
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É Necessário Viver o Luto para Não Viver de Luto

Acordar. Respirar. Pensar. Existir. Não há um verbo que não doa durante o luto. Talvez dormir alivie, que é quando a dor adormece. Momento em que o medo desperta: será preciso enfrentar o dia seguinte.

Perder quem amamos é morrer um pouco, mesmo que o coração insista em bater. O luto nos torna um lugar ruim. Queremos fugir de nós mesmos, emprestar outra vida, perder a memória, trocar de papel. Qualquer coisa que nos tire a dor com a mão, que nos salve do horror de sentir que alguém foi amputado de nós. Não há alívio imediato.

A morte é uma verdade disfarçada de absurdo. Não se arrepende, não volta atrás, é desfecho. O verdadeiro “para sempre”. É telefone que não toca, silêncio que ensurdece, pesadelo que não acaba, falta que jamais deixará de ser.

Enlutar-se é se mudar para uma espécie de cela blindada, da qual saímos somente para intermináveis e dolorosos banhos de sol. Uma solitária para a qual queremos voltar logo – embora triste e sombria, ela ainda é o lugar onde nos sentimos menos desconfortáveis.

Eu me lembro de vagar pela cidade como numa cena sem áudio. Olhava ao redor e me perguntava com que direito as pessoas sorriam, se dentro de mim as luzes estavam apagadas. É assim até que a gente se acostume. A morte se repete muitas vezes. Ao acordar, está lá a morte de novo. A cada lembrança, outra morte. Até que em nós ela morra de fato — e isso demora.

Quando meu filho nasceu foi parecido. Só que era vida. Toda hora a vida de novo. A cada instante olhar e ver: nasceu, é meu filho. Respira, mexe, chora, mama, é vida.

Se nascimento e morte são duas verdades que crescem diante de nós, até que possamos de fato acreditar, calhou que na vida experimentei os dois de forma simultânea. Eu estava grávida quando perdi o pai do meu filho que iria nascer. Foi viuvez, mas também foi aborto: a frase cortada em pleno gerúndio. Com o coração dele que parou de bater, morreu nosso futuro.

O que mais doía no luto era não conseguir que as pessoas sentissem a minha dor. Falei compulsivamente. Escrevi de forma obsessiva. Até que as pessoas também chorassem. E elas choraram – mais as suas dores que as minhas, é verdade, mas isso também é empatia. E quando cada momento latente de falta se transformava em um texto delicado, quando as palavras conseguiam fazer o outro vestir a minha dor, a tristeza virava alegria: que alívio me sentir compreendida. Numa espécie de alquimia incidental, transmutei dor em sorriso.

Veja você como a vida é chegada numa ironia: o luto é praticamente um parto. É preciso reaprender a viver sem a pessoa que se foi, como quem nasce de novo – e quem permanecerá o mesmo? Viver o luto é renascer – e nascer é exercício solitário. É preciso olhar o mundo novamente e reconhecer-se diante dele.

Mas, como criança que cresce, o luto demanda tempo. Enquanto isso, não sai por aí despertando sorrisos. Num mundo programado para a felicidade, o luto constrange. Abre um hiato de mal estar. A morte é certeza demasiado espinhosa para que se toque nela com naturalidade.

O momento menos solitário talvez seja a primeira semana, o primeiro mês, enquanto duram os rituais de despedida. Passam-se alguns dias e todos retomam suas vidas. Ninguém mais quer falar sobre isso. A não ser o próprio enlutado, que não quer falar de outra coisa. Agora é que a dor vai começar. E parece que não vai parar nunca. Talvez fique para sempre mesmo: a perda vai se alojando no corpo, como uma bala encapsulada, até não incomodar mais. Com paciência, o tempo muda os afetos de lugar. Passa a morar em mim quem se foi.

E então a dor me leva a outros lugares. Abre meus olhos, me ensina a mudar de assunto. E assim, distraidamente, vai me mostrando a vida de novo – agora outra, porque sempre é tempo para mudar.
A perda pede recolhimento como um pós-operatório, ou reincide. A ferida se abre de novo. É preciso respeitar o luto (e entregar-se a ele, sem medo) até que chegue sua hora de ir embora. Cada um descobre sua forma de colocar a dor para trabalhar em outra direção. A falta pode ser, então, bastante reveladora.

Quando pequenos, aprendemos com os livros infantis. Depois de adultos, as pessoas que se vão passam a nos fazer pensar sobre nossas vidas. Lembram-nos a urgência de amar quem está vivo e perto. E ensinam que fazer escolhas não precisa ser tão sofrido, nem carece do peso da certeza de ser para sempre. Nenhum de nós é para sempre.

A vida é curta, sim. Não vem com prazo de validade nem traz garantias. Cada fim de ano é oportunidade única para afetos reunidos – riso e choro, inclusive. Comemore. Mesmo com um lugar vago à mesa, a família está ali. O peru está de dar água na boca. As crianças correm lá fora. O brinde à vida não pode esperar.

Em 2008, a publicitária e escritora Cris Guerra lançou o livro “Para Francisco“, no qual apresenta ao filho o pai que ele não conheceu (Guilherme morreu no final da gravidez de Cris).

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RESGATE E RENOVAÇÃO


A reencarnação não seria caminhada redentora se já houvesse atendido a todas as exigências do aprimoramento espiritual.

Enquanto na escola, somos chamados ao exercício das lições. Ante a lei do renascimento, surpreenderás no mundo dificuldades e lutas, espinhos e tentações. Reencontrará afetos que a união de milênios tornou inesquecíveis, mas igualmente rentearão contigo velhos adversários, não mais armados pelos instrumentos do ódio aberto, e sim trajados noutra roupagem física, devidamente acolhidos a tua convivência dificultando-te os passos, através da aversão oculta.

Saberás o que seja tranqüilidade por fora e angústia por dentro. Desfrutarás a amenidade do clima social que te envolve, com os mais elevados testemunhos de apreço, e respirarás, muitas vezes, no ambiente convulsionado de provações entre as paredes fechadas do reduto doméstico. Entenderás, porém, que somos trazidos a viver, uns à frente dos outros, para aprender a amar-nos reciprocamente como filhos de Deus.

Perceberás, pouco a pouco, segundo os princípios de causa e efeito, que as mãos que te apedrejam são aquelas mesmas que ensinaste a ferir o próximo, em outras eras, quando o clarão da verdade não te havia iluminado o discernimento, e reconhecerás nos lábios que te envenenam com apontamentos caluniosos aqueles mesmos que adestraste na injustiça, entre as sendas do passado, a fim de te auxiliarem no louvor à condenação.

Ergues-te hoje sobre a estima dos corações com os quais te harmonizaste pelo dever nobremente cumprido; entretanto, sofres o retorno das crueldades que te caracterizavam em outras épocas por intermédio das ciladas e injúrias que te espezinham o coração.

Considera, porém, o apelo do amor a que somos convocados dia por dia e dissolve na fonte viva da compaixão o fel da revolta e a nuvem do mal. Aceita no educandário da reencarnação a trilha de acesso ao teu próprio ajustamento com a vida, amando, entendendo e servindo sempre. Se alguém te não compreende, ama e abençoa.

Se alguém te injuria, abençoa e ama ainda.

Seja qual seja o problema, nunca lhes conferirás solução justa se não te dispuseres a amar e abençoar. Onde estiveres, ama e abençoa sem restrições ante a consciência tranquila e conquistarás sem delongas o domínio do bem que vence todo o mal.

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pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Encontro de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier
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Um comentário:

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