O problema da expiação não é privativo dos irmãos encarcerados nas enxovias do mundo.
A justiça humana, em verdade, apenas corrige o companheiro infeliz que caiu, desprevenido, nas malhas do delito espetacular.
Entretanto, nas reentrâncias de cada instituto doméstico, a crueldade oculta ergue trincheiras de ódio e separação, tanto quanto desabotoa tormentas de sangue e lágrimas, gerando as garras da enfermidade, tantas vezes mensageiras da morte.
Aqui é a ingratidão para com os entes mais caros; ali, é a calúnia retalhando a esperança alheia.
Além, é a deserção do dever, fazendo com que os ombros do próximo sangrem, feridos, ao peso de cargas acumuladas; mais além, é a atitude agressiva, sustentada com dureza e paixão, exterminando a sementeira de paz naqueles que às vezes nos pedem unicamente um sorriso de bondade ou um gesto de perdão para que se renovem perante Deus.
É aí, nesses redutos silenciosos da batalha de cada dia, que, muitas vezes enganamos e traímos, indiferentes à dor que implantamos naqueles que nos partilham a marcha, amealhando fel e inquietação, de mistura com as bênçãos de amor e trabalho que procuramos entesourar.
No entanto, a justiça Divina sabe joeirar nossos atos. E, nós mesmos, embora o carinho dos benfeitores abnegados que nos acolhem, no Mais Além, sem recursos para desculpar-nos, na intimidade da consciência, suplicamos o recomeço, renascendo na Terra, junto daqueles que se nos fazem credores nas trilhas da vida.
Sejam quais forem as nossas dificuldades no campo íntimo, saibamos aceitá-las de ânimo firme, incinerando no crematório da renúncia os nossos próprios desejos para que a felicidade dos outros nos assegure a própria felicidade, porquanto, conduzidos pela morte, ao império da Grande Luz, reconhecemo-nos, tais quais somos, aplicando a nós mesmos a lei do equilíbrio que determina a quem deve o reajuste preciso na base reta do ceitil por ceitil.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Nascer e renascer
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12 de dezembro
Observe quantas horas por dia um bom pianista tem que treinar antes de ser capaz de realizar um concerto excelente, e entenda porque você tem que se dedicar constantemente para conseguir viver esta vida espiritual corretamente.
Você não precisa se esforçar além dos limites, mas precisa estar sempre alerta e consciente, especialmente no começo.
Como o pianista que treina vezes e vezes seguidas o mesmo trecho para alcançar a perfeição, você terá que repetir muitas vezes o mesmo caminho, as mesmas lições, até que elas façam parte de você e não possam mais ser separadas de você, porque estão incorporadas.
Mas lembre-se: ninguém pode viver esta vida por você; ninguém pode praticar por você.
Só você mesmo pode fazê-lo.
Por que não começar agora?
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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:
Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?
É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes.
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— São Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 21.)
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Ouvir Deus
São muitos os que recorremos a Deus nas horas difíceis.
As dores que nos chegam, os desafios que a vida propõe, dificuldades que parecem intransponíveis.
Nenhum de nós se pode dizer imune a dias tempestuosos, isento de tribulações intensas, dessas capazes de tirar o chão que pisamos.
Para uns, é o amor que partiu de retorno ao mundo espiritual, deixando imensa e pungente ausência.
Para outros, a doença que se instala irreversível, minando a saúde, desmoronando planos futuros, obrigando a repensar as páginas próximas da vida.
E tantos que se desesperam pelas dificuldades financeiras, pelo emprego que não surge, pelas necessidades materiais que se avolumam.
Nessas horas, com o coração transbordando de desespero, as esperanças minguando e a mente atribulada, recordamos de buscar a Deus.
Alguns, através das orações repetidas incessantemente, quase como um mantra, convidando e provocando a concentração.
Outros nos despimos das fórmulas prontas, para fazer da oração a conversa com o Pai. Diálogo informal, livre, como um desabafo.
Outros ainda, mal conseguindo formular ou organizar o pensamento, apenas suplicamos ao Pai orientação, discernimento, roteiro ou rumo.
E assim mesmo devemos fazer. Nas dificuldades maiores, não há melhor refúgio do que a oração.
Não existe melhor conselheira do que a prece, não há melhor possibilidade do que a busca de inspiração junto ao Pai.
Porém, em nosso desespero, esperamos a resposta imediata.
À prece, muitas vezes se segue a ansiedade, na expectativa de que as respostas cheguem, explícitas, claras, palpáveis.
No transbordar de nossas necessidades, quando não desespero, ansiamos pela resposta rápida da Divindade.
Esquecemos de que Deus precisa do nosso silêncio a fim de Se fazer ouvir em nossos corações.
Dessa forma, após a rogativa ao Pai, guardemo-nos em silêncio interior.
Refugiemo-nos da balbúrdia externa. Busquemos diminuir o tumulto interno que carregamos.
Somente assim, no silêncio da alma, conseguiremos escutar a resposta de Deus.
Somente quando mergulharmos em nosso mundo íntimo, teremos a possibilidade de encontrar esse alimento básico, sustentador da vida, que provém de Deus.
Após as nossas preces, busquemos nos guardar em nosso mundo íntimo.
Refugiemo-nos na fé, na certeza de que o Pai nos oferecerá o melhor, no momento certo, na medida adequada.
E ali, em nossa intimidade, Deus nos trará as respostas e a tranquilidade para nossos anseios.
Mesmo Jesus, na Sua pureza incomparável, buscava o silêncio interior, após a jornada estafante junto à turba, a fim de reencontrar-Se com Deus.
Façamos o mesmo. Busquemos o silêncio íntimo a fim de que possamos ouvir Deus, e possamos entender a Sua resposta aos nossos pedidos e necessidades.
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Por Redação do Momento Espírita, com base na mensagem Silêncio para ouvir Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 9 de fevereiro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção.
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