terça-feira, 24 de setembro de 2019

Tarefas




As grandes almas, às vezes, renascem para desempenhar na Terra missões gloriosas.

Seus feitos encantam e servem de inspiração para todos.

Semeiam a paz e amparam os desgraçados, em larga escala.

Contudo, por imperfeito que ainda se apresente, todo homem tem uma função pessoal e intransferível nas engrenagens do mundo.

Assim, não se afirme à margem da vida e nem se considere inútil.

Também evite alegar impedimento para desertar da atividade que a vida lhe reservou.

Antes de protestar sua pouca importância, repare nas lições que vertem, silenciosas, do livro da natureza.

Imagine se os vermes parassem de trabalhar, por se reconhecerem insignificantes.

O solo ficaria ressecado e perderia a fecundidade, tornando-se incapaz de solucionar os problemas humanos.

Cogite se as sementes invejassem a posição das árvores maduras e generosas que lhes presidem a espécie.

Caso elas desistissem de seu esforço obscuro na germinação e no crescimento, em pouco tempo a esterilidade anularia os recursos da terra.

Suponha que as papoulas deixassem de produzir em atitude de revolta contra aqueles que lhes deturpam a essência nos mercados do ópio.

Deixaria de haver alívio para as dores de incontáveis enfermos desesperados.

Pense se as fontes singelas fugissem de sustentar os grandes rios e as formidáveis represas, a pretexto de serem humildes em excesso.

Haveria prejuízo geral, com falta de preciosa energia com que a Humanidade conta.

Com a mente nessas lúdicas imagens, reflita seriamente sobre a sua posição no mundo.

Honre o posto de ação em que foi localizado, por singelo que ele lhe pareça.

Diante da lei Divina, não há ocupação útil aviltante.

As mãos que assinam decretos não vivem sem aquelas outras que preparam a mesa.

Os braços que conduzem arados são apoios dos que movem máquinas poderosas.

O suor na indústria verte para sustento e conforto de todos.

O asseio na rua é proteção à comunidade.

Por gloriosa que pareça a posição de determinado homem, ele necessita do apoio de incontáveis outros, mais humildes.

O bem é sempre resultado do esforço geral.

O relevante é saber se tornar útil, com os recursos que se possui.

Não compensa invejar as facilidades alheias e com isso tombar na ociosidade.

Por pequenos que pareçam seus talentos, movimente-os no bem.

Se suas tarefas se afiguram singelas, honre-as ainda assim.

Não se ocupe em colecionar rótulos passageiros, sem utilização proveitosa e digna.

Também não se atrapalhe ao assumir muitos compromissos ao mesmo tempo.

Importa, acima de tudo, fazer bem o que se deve fazer.

Pense nisso.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap. LXXVIII
do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
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Formatação e pesquisa: MILTER-22-09-2019 



MENSAGEM DO ESE: 

Reconciliação com os adversários

Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. — Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil.
 (S. MATEUS, cap. V, vv. 25 e 26.)

Na prática do perdão, como, em geral, na do bem, não há somente um efeito moral: há também um efeito material. A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor; donde decorre a falsidade do provérbio que diz: “Morto o animal, morto o veneno”, quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão.

O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus o permite, para os punir do mal que a seu turno praticaram, ou, se tal não ocorreu, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, conseguintemente, do ponto de vista da tranqüilidade futura, que cada um repare, quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda causa fundada de ulterior animosidade. Por essa forma, de um inimigo encarniçado neste mundo se pode fazer um amigo no outro; pelo menos, o que assim procede põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se não perpetuem nas existências futuras. Não saireis de lá, da prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não houverdes satisfeito completamente a justiça de Deus.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 5 e 6.)


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