quarta-feira, 18 de outubro de 2023

A posse do Reino


“Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, e dizendo que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus.” — (ATOS, 14.22)

O Evangelho a ninguém engana, em seus ensinamentos.

É vulgar a preocupação dos crentes tentando subornar as forças divinas. Não será, no entanto, ao preço de muitas missas, muitos hinos ou muitas sessões psíquicas que o homem efetuará a sublime aquisição de espiritualidade excelsa.

Naturalmente, toda prática edificante deve ser aproveitada por elemento de auxílio, no entanto, compete a cada individualidade humana o esforço iluminativo.

A Boa Nova não distribui indulgências a preço do mundo e a criatura encontra inúmeros caminhos para a ascensão.

Templos e instrutores se multiplicam e cada qual oferece parcelas de socorro ou assistência, no serviço de orientação; contudo, a entrada e posse na herança eterna se verificará através de justos testemunhos.

 Isto não é acidental. É medida lógica e necessária.

Não se improvisam estátuas raras, sem golpes de escopro, como não se colhe trigo sem campo lavrado.

 Não poucos aprendizes costumam interpretar certas advertências do Evangelho por excesso de exortação ao sofrimento, no entanto, o que lhes parece obsessão pela dor é imperativo de educação da alma para a vida imperecível.

 Homem algum encontrará o estuário infinito das energias divinas, sem o concurso das tribulações da Terra.

Personalidade sem luta, na Crosta Planetária, é alma estreita. Somente o trabalho e o sacrifício, a dificuldade e o obstáculo, como elementos de progresso e autossuperação, podem dar ao homem a verdadeira notícia de sua grandeza.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Pão nosso
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18 de outubro

Eu sou seu refúgio e sua força, uma ajuda presente em momentos de tristezas e preocupações.

Aprenda a chamar por Mim, a se apoiar em Mim, a se abastecer em Mim, a colocar toda sua fé e confiança em Mim, para que suas dificuldades e problemas se dissolvam no nada.

Há uma resposta perfeita para cada problema.

Procure por ela e você a encontrará.

Não perca tempo chafurdando em seus próprios problemas e sentindo autopiedade.

Eleve-se acima de tudo isso.

Agradeça pela resposta que está ao seu alcance a partir do momento em que você expande sua consciência e se aquieta para recebê-la e colocá-la em ação.

Transforme-se através da renovação da sua mente.

Você pode resolver qualquer problema simplesmente por saber que a resposta está ao seu alcance quando você se aquieta e procura por ela.

Pare de correr em círculos, sem chegar a lugar nenhum.

Chame por Mim.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Carregar sua cruz. Quem quiser salvar a vida, perdê-la-á

Bem ditosos sereis, quando os homens vos odiarem e separarem, quando vos tratarem injuriosamente, quando repelirem como mau o vosso nome, por causa do Filho do Homem. — Rejubilai nesse dia e ficai em transportes de alegria, porque grande recompensa vos está reservada no céu, visto que era assim que os pais deles tratavam os profetas. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 22 e 23.)

Chamando para perto de si o povo e os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; — porquanto, aquele que se quiser salvar a si mesmo, perder-se-á; e aquele que se perder por amor de mim e do Evangelho se salvará. — Com efeito, de que serviria a um homem ganhar o mundo todo e perder-se a si mesmo? (S. MARCOS, cap. VIII, vv. 34 a 36; — S. LUCAS, cap. IX, vv. 23 a 25; — S. MATEUS, cap. X, vv. 38 e 39; — S. JOÃO, cap. XII, vv. 25 e 26.)

“Rejubilai-vos, diz Jesus, quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu.” Podem traduzir-se assim essas verdades: “Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má-vontade para convosco, vos dêem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.”

Depois, acrescenta: “Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir”, isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: “Já recebestes a vossa recompensa.”

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 17 a 19.)
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MEMÓRIAS


"Deve ser horrível - diz você - o escândalo em torno de nossa memória. O homem arrastado ao pelourinho do escárnio público e ao pasto da maledicência, deve ser uma fogueira de angústia para o coração acordado, além da morte".

Você tem razão.

A ave, em pleno céu, que se visse constrangida a voltar à casca do ovo, ou a árvore luxuriante que fosse obrigada a retornar para a cova de lodo, sofreriam menos que a alma desencarnada, sob a intimação de regresso às perigosas infantilidades da experiência humana.

Em tais circunstâncias, laços mais pesados nos religam o espírito, com mais intensidade, à gleba da carne, e a voz dos nossos julgadores, não raro, nos converte os ouvidos em receptores gigantescos para os quais convergem todos os apontamentos justos ou injustos de quantos nos apreciam a conduta e as decisões.

Você já pensou num homem, cujo corpo seja uma chaga viva, tangido violentamente por milhares de mãos descaridosas e rudes.

Esse é o símbolo pálido com que ousamos qualificar o suplício do infortunado que lega aos contemporâneos as recordações da própria viagem pela Terra, quando essas memórias se referem às situações que fazem o inferno dos seus semelhantes.

Fustigado por reclamações e acusações infindáveis, o morto vivo, com a infelicidade desse jaez, sofre golpes desapiedados, a torto e a direito, à maneira de um ferido na praça pública, visitado pelos sopapos e pelos impropérios de toda gente.

E você não calcula o que seja o martírio trazido pela impossibilidade de qualquer esclarecimento digno!

Falar ou escrever levianamente é expor-se a ouvir o pronunciamento da insensatez; e por mais que o delinquente do verbo falado ou da letra reprovável se proclame arrependido e diferente, mais a crueldade o toma de assalto, esbofeteando-lhe o rosto amarrotado e disforme, sem que lhe seja facultada a mínima frase de defesa.

Efetivamente, enquanto nos demoramos na carne, é impossível imaginar o que seja isso.

É o desespero impotente daquele que, em vão, deseja fazer-se compreendido, é a sede inestancável de entendimento, é o pranto amargurado de quem observa o incêndio no próprio lar, sem uma gota d'água para extinguir a chama destruidora.

A figura de Ugolino, o famoso chefe de Pisa, encarcerado na torre da fome, a devorar as vísceras mortas dos próprios filhos, e que foi encontrado por Dante nos recôncavos do Estige, é, de alguma sorte, a única imagem para o confronto analógico, nos casos a que nos reportamos, porque realmente ilhados na solidão de nós mesmos, entre o pesadelo e o remorso de não termos sido o que devíamos ser, somos obrigados a tragar os detritos de nossas próprias obras.

Creia você que, em verdade, tudo isso é terrível e doloroso, de vez que o arrependimento irremediável nos transforma em duendes infortunados, em aflitiva peregrinação.

Não admita, porém, que isso seja apenas lamentável privilégio de alguns.

Não é necessário fixarmos reminiscências da Terra, em bronze ou papel, para que a vida nos revele aos outros tais quais somos.

Trazemos conosco o arquivo que nos é próprio.

Sentimentos e ideias, palavras e ações são marcas em nossa alma.

Todos alcançaremos o plano em que nosso espírito é um livro aberto.

Intenções ocultas, interferência nos destinos alheios, assaltos disfarçados à felicidade do próximo, crimes consagrados pela admiração do mundo, misérias íntimas e desequilíbrios morais aparecem claramente, espantando a nós mesmos, que não suspeitávamos, de leve, da nossa própria degradação.

Você que conhece tão bem o assunto, cuide dos seus passos e vele pelo futuro de sua alma eterna, porque a existência, meu caro, seja onde for, é sempre um livro que o nosso coração anda escrevendo.

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Irmão X
Chico Xavier
Obra: Sentinelas da luz
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O GRANDE SERVIDOR


“Eu estou entre vós como quem serve.” — JESUS (Lucas, 22.27)

Sim, o Cristo não passou entre os homens como quem impõe.

Nem como quem determina.
Nem como quem governa.
Nem como quem manda.

Caminhou na Terra à feição do servidor.

Legou-nos o Evangelho da vida, escrevendo-lhe a epopeia no coração das criaturas.

Mestre, tomou o próprio coração para sua cátedra.

Enviado Celestial, não se detém num trono terrestre e aproxima-se da multidão para auxiliá-la.

Fundador da Boa Nova, não se limita a tecer-lhe a coroa com palavras estudadas, mas estende-a e consolida-lhe os valores com as próprias mãos.

A prática é o seu modo de convencer.

O próprio sacrifício é o seu método de transformar.

Aprendamos com o Divino Mestre a ciência da renovação pelo bem. E modificar a nós mesmos, para a vitória do bem, elevando pessoas e melhorando situações, é servir sempre, como quem sabe que fazer é o melhor processo de aconselhar.

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Emmanuel
Chico Xavier
Segue-me, cap. 41
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Diálogo imprevisto


O devoto, ao ver Jesus em sonho, exclamou perplexo:

— Senhor! Senhor!… Há tanto tempo, aguardo este encontro e somente hoje…

O Eterno Benfeitor valeu-se da reticência e indagou:

— Como assim, se ainda hoje fugiste de mim, quatro vezes, em tua própria casa?

E ante o devoto espantado, comentou brandamente:

— Quando te encolerizaste contra o avô que te exigia mais apreço, quando negaste apoio ao irmão perdulário que voltava a buscar-te em penúria, quando não perdoaste ao filho que te desacatou os pontos de vista e quando condenaste a filha que te menosprezou o nome e os conselhos, foi a mim que o fizeste.

Diante do Mestre, observou o crente comovido:

— Senhor, que desejas dizer? Em que lição de tua bondade posso entender os ensinamentos a que me buscas o raciocínio?

— Lembro-me de haver dito — falou Jesus que qualquer bênção doada pelos homens aos pequeninos seria sempre a mim que o fariam…

— Mestre — anotou o devoto — eu não tenho pequeninos em casa…

Jesus, porém, afagou as mãos do amigo que perguntava e explicou:

— Sim, teu avô, à frente do mundo é um homem de grandes posses dispondo de enorme influência, mas, por dentro do coração, é um menino faminto de atenções, a carregar dinheiro por permissão de Deus; teu irmão é um companheiro dono de nobres conhecimentos, no domínio das palavras brilhantes, entretanto, nos recessos dele mesmo, é um petiz desajustado em matéria de impulsos afetivos; teu filho é hoje um amigo de cérebro laureado pelas ciências da Terra, contudo, no imo de si próprio, é um pequenino sedento de fé e segurança, perante as Leis de Deus; e tua filha, embora professora e mulher feita, perante as criaturas humanas, ainda é, no íntimo, verdadeira criança necessitada de proteção…

— Senhor! Senhor!… gritou o crente, buscando alcançar Jesus, cuja figura se lhe fazia distante. Foi então que o devoto acordou na manhã repleta de sol e começou a pensar.

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Meimei
Chico Xavier
Obra: Amizade
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